Nova publicação do ICCI reflete sobre cultura e democracia no Brasil e inspira estratégias de comunicação
Nesta segunda-feira (27), o ICCI lança Cultura e democracia no Brasil: manual (não tão prático) de estratégias de comunicação para o agora, uma publicação que celebra a cultura, a democracia e a comunicação, campos que seguem pulsando mesmo em meio às crises e incertezas do nosso tempo.
Inspirado nas ruas, nas redes, nos palcos, nas telas, nas periferias, nos jornais e nas conversas de todo dia, o material reúne práticas, ideias e estratégias que ajudam a sustentar o imaginário democrático e a renovar as formas de agir no mundo.
A cultura e sua capacidade de gerar transformação
Já disponível na íntegra em versão digital, a publicação apresenta 14 capítulos conectados pela percepção de que a cultura molda a imaginação coletiva, influencia os debates públicos e se manifesta em expressões que alcançam milhões de pessoas, ainda que, muitas vezes, de maneira pouco estruturada.
A publicação foi construída a partir de histórias e experiências de pessoas do mercado criativo, artistas, comunicadores e da equipe do ICCI, resultando em uma espécie de manual que provoca reflexões e inspira estratégias de comunicação que reconhecem, na cultura pop, das músicas às séries virais, um território potente de disputa de narrativas, capaz de mobilizar consciências e estimular ações por justiça climática, racial, de gênero e outras agendas.
Onde cultura, política e imaginação se encontram
Entre colagens originais, criadas especialmente para o projeto e inspiradas nos temas de cada capítulo, a publicação aborda desde a compreensão do baile funk como linguagem política até práticas de uma filantropia engajada com narrativas. As ideias de Lélia Gonzalez sobre a afirmação das raízes negras e indígenas da identidade brasileira também ganham destaque, assim como reflexões sobre os símbolos que emergem das ruas e conectam moda, consumo e política.
Outros capítulos exploram o desafio de produzir conteúdo em meio a ruídos, algoritmos e mudanças geracionais, o papel do jornalismo como estratégia política e o poder das políticas afirmativas e da reparação histórica na ampliação das narrativas negras no audiovisual. As diferentes formas de narrar um país tão plural como o Brasil e as práticas de uma filantropia engajada com narrativas também estão entre as discussões abordadas na publicação.
Vozes e histórias que inspiram
A publicação ainda traz lições da diretora, roteirista e produtora Chica Andrade sobre criar narrativas que transformam, além de referências como as “políticas do encanto”, de Paolo Demuru, que provocam caminhos para contar histórias que maravilham, e o olhar do cantor, compositor e pesquisador Russo Passapusso, que tem uma voz capaz de arrastar multidões.
Do diálogo à estratégia
Os temas reunidos na publicação foram discutidos primeiro no evento “Democracia, Cultura Popular e Cultura Pop: Estratégias para o Agora”, promovido pelo ICCI em 2025. O encontro reuniu representantes da cultura, comunicação, filantropia, ativismo, organizações sociais e do mercado criativo para refletir sobre o papel da cultura popular e da cultura pop na defesa e no fortalecimento da democracia. O manual “não tão prático” surge desse espaço e vai além: é um conteúdo analítico que não apenas documenta, mas interpreta e articula as ideias compartilhadas durante o evento.
Novos caminhos possíveis
O resultado é um recurso acessível para quem atua nos campos de democracia, justiça social e cultura. Mais do que oferecer fórmulas ou respostas definitivas, a publicação propõe pistas, reflexões e exemplos que ajudam a compreender o cenário atual e a imaginar novos caminhos possíveis.
Em um país tão vasto e diverso como o Brasil, esses caminhos se revelam em narrativas e gestos criativos que ganham força a partir da palavra, da arte e da cultura, expressões essenciais em um mundo marcado por disputas de sentidos, histórias e imaginários.
Confira a versão digital em iccibr.org/publicacoes